Monitorar é cuidar: Como a gestão ambiental precisa ser melhorada no gerenciamento de barragens



Primeiramente, é com grande pesar que manifesto minha solidariedade a população do município de Brumadinho, Grande BH, a principal vítima desta lamentável tragédia ambiental. População esta que, refém do descaso e despreparo de uma empresa extrativista, permanece iludida e inerte pelas explicações estapafúrdias por parte das autoridades envolvidas. A afirmação que o desastre transcorreu por motivos acidentais não se sustenta e eu vou dizer o porquê.

Lamentavelmente, a tragédia e o erro cometido a 4 anos atrás em Mariana não serviram de lição e evolução das técnicas de gerenciamento de barragens da companhia vale do rio doce.

Além das visíveis  negligências técnicas, todo o descaso com a temática ambiental é representada pelo deficit de fiscais ambientais, falta de investimentos e a inexplicável incapacidade de enxergar o meio ambiente como um ativo. Visto isso, percebemos que o problema passa pelo espectro técnico de gestão de barragens

A localização da barragem é o primeiro fator a ser considerado. Uma barragem deveria ser construída em locais distantes de assentamentos urbanos e áreas de preservação de recursos hídricos. O local de construção da estrutura deve estar ausente de riscos erosivos e, consequentemente, de desestabilização. Isso indica que construir barragens ou diques em altitudes elevadas aumenta os riscos de rompimento. As Ferramentas de sistemas de informação (GIS) seria fundamental na definição do local mais apropriado.

Outra ferramenta de controle é o monitoramento das deformações da estrutura da barragem. Essa figura como a principal ação a ser feita na percepção de falhas. O uso de estações totais, mais especificamente as estações robóticas, são fundamentais no conhecimento das variações altimétricas, justamente por sua precisão milimétrica. Esses instrumentos medem os valores de cota de cada ponto pré-estabelecido na estrutura. 

Dessa forma, qualquer sutil variação na estrutura poderia ser observada, garantindo conhecimento e previsibilidade das deformações que a estrutura estaria sujeita.


O que não faltou foi instrumentos de controle, a fim de se evitar o desastre. Embora o monitoramento e controle das estruturas tenha um alto custo operacional e instrumental, o custo da tragédia e da degradação ambiental ultrapassa qualquer orçamento. Entretanto, além de todo o lamento e a tristeza com o acontecimento, o que nos resta é o otimismo da mudança de consciência.

SOBRE A EMPRESA 

A GeoPaiva é uma consultoria especializada em implementar soluções geográficas em diversas áreas de atuação. Com experiência em meio ambiente, logística, negócios e mobilidade, temos propostas inovadoras em diversos projetos com uma abordagem geográfica de atuação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Precificação e valor da hora técnica: Quanto vale seu trabalho cartográfico?

Serviço GPR (Ground Penetrating Radar)

A Importância da Linguagem Python para o usuário do QGIS