A Cartografia da Corrupção


Segundo o dicionário Houaiss, o termo corrupção se define como a deterioração, putrefação ou depravação de hábitos e costumes praticados em determinado meio. Essa depravação das relações (majoritariamente entre entes públicos e privados) objetiva alcançar vantagens de qualquer natureza, beneficiando os agentes envolvidos na prática, em detrimento de tudo o que está previsto em lei. O desprezo com as regras públicas nos faz perguntar se vivemos sob governo das leis ou dos homens.

No terreno econômico, o sistema baseado em pagamento de propina vai de encontro a qualquer teoria macroeconômica na gestão pública. Todas as decisões podem estar eivadas de interesses pessoais e escusos, deixando o propósito social em segundo plano, prejudicando a sociedade como um todo. Como consequência, a autoestima da principal vítima desta realidade se coaduna com a decadência moral que se espalha e contamina, por completo, depreciando todos os fundamentos democráticos alcançados nos últimos anos. No entanto, toda a população deve apresentar uma postura ativa na fiscalização e combate a corrupção com o uso de mapas.

Há uma abrangência geográfica nos processos de corrupção. O pólo de corrupção é um sistema criminoso formado por empresas de fachada, residências suspeitas (armazenamento de propina), rede de transferência de propina, locais de lavagem de dinheiro, localização dos atores envolvidos dentre outros ativos. A cartografia surge como um instrumento importante de representação deste sistema. O Ministério Público Federal (MPF) desenvolveu um Sistema de Informação Geográfica (SIG) que permite o usuário obter informações sobre os de processos de corrupção, valores, atores envolvidos, o órgão julgador e as ocorrências nas proximidades da localização do usuário. Pode ser explorado no link: http://bit.ly/mpf-monitora-corrupcao.


A cartografia tem o papel de ilustrar, localizar e representar. A geoinformação, por sua vez, nos apresenta os detalhes e o status do processo em questão. O conhecimento cartográfico nos possibilita enxergar os padrões geográficos de corrupção, a partir da geoinformação associada, auxiliando as estratégias de atuação da Polícia Federal. Assim como, a classificação de estados e municípios quanto a determinados tipos de casos e volume de recursos públicos utilizados na prática, com o uso de mapas temáticos. O uso de gráficos e tabelas proporciona um conhecimento temporal dos casos, pois nos mostra o histórico e a situação do processo referente a determinado caso mapeado. A Figura abaixo mostra um mapa de densidade dos casos de corrupção gerados pelo sistema Monitora.


O monitoramento e a fiscalização de todos os processos de corrupção exige permanente verificação e atualização dos dados apresentados pela MPF. O surgimento de ferramentas de participação social e acesso público aos dados contribuem para nos tornarmos mais vigilantes com o uso dos recursos públicos na esfera pública. Dessa forma, nossa postura, como cidadãos, se tornará mais ativa e presente, inibindo qualquer tipo de iniciativa desta natureza.

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