Fotogrametria não-tripulada: O advento do mapeamento por drones.



Para desconstruir a comum dicotomia (fotogrametria x drone) utilizada para explicar a novidade tecnológica, vou abordar os dois temas, separadamente. A fotogrametria consiste na ciência aplicada no tratamento qualitativo e métrico das fotografias, a fim de apoiar em trabalhos cadastrais e topográficos. Por sua vez, o drone se caracteriza por ser uma plataforma ou um veículo de levantamento fotogramétrico não-tripulado. Dessa forma, o verdadeiro embate se dá em torno das duas modalidades de levantamento atualmente utilizadas: Aerofotogrametria clássica tripulada x Aerofotogrametria não-tripulada.

A aerofotogrametria tripulada nos remete aos métodos clássicos de levantamento métrico do espaço. Embora apresente estabilidade na tomada da cena e robustez instrumental (Câmaras mais robustas, sensores inerciais e sensores GNSS de alta precisão), sua aplicação para pequenas áreas se mostra inviável economicamente a partir de alguns aspectos. O primeiro aspecto tange aos altos custos de operação dessa modalidade de levantamento. As despesas da tripulação, do combustível da aeronave, do aluguel do equipamento a bordo, da vaga em um aeródromo próximo, dentro outros, são repassados para o custo final do projeto. O aspecto climático surge como fator limitante na viabilidade do levantamento, fazendo demorar meses para ser realizado o aerolevantamento. Isso acontece devido a tolerância de cobertura de nuvens que flutua entre 10% e 15% da área a ser mapeada (American Society of Photogrammetry, ASP). Entretanto, para mapeamentos sistemáticos, em escalas pequenas (lembre-se que a pequena escala se remete aos pequenos detalhes, como a escala 1:100.000) a qualidade de todo o instrumental de levantamento na fotogrametria tripulada é fundamental na garantia da base cartográfica mais consistente para futuros outros trabalhos.

No terreno das escalas grandes, com qualidade de detalhes (com perdão do trocadilho), a fotogrametria por drones (não-tripulada) se mostra vantajoso na redução de custos deste serviço. A primeira principal vantagem é o baixo custo de obtenção de um drone, possibilitando facilidade em começar a a realizar o levantamento. Além de realizar tradicionais levantamentos fotogramétricos, serviços de mapeamento de áreas de risco, de áreas agrícolas e monitoramentos de locais de difícil acesso figuram como soluções adequadas e eficientes do ponto de vista de custo. O aspecto climático pouco interfere, pois sua altura de sobrevôo é inferior a altura das nuvens, sendo limitante somente durante a ocorrência de chuvas. Assim, os drones aparecem como plataformas de baixo custo no mapeamento de pequenas áreas e, até mesmo, de pequenos municípios.

Do ponto de vista estratégico, a regulamentação do uso de drones na sociedade civil contribuirá para um salto de eficiência na gestão territorial do país. Segundo dados do IBGE (2010), o Brasil possui 5.565 municípios, dentre os quais somente 225 possuem população acima dos 100.000 habitantes, ou seja, poucos municípios apresentam capacidade orçamentária capaz de realizar o serviço de fotogrametria tradicional. Em função de seus altos custo, se nada for feito, há o risco de um colapso geográfico nacional impossibilitando planos diretores de qualquer natureza. O advento dos drones tem o potencial de reduzir a imensa falta de informações a respeito do nosso território. Isso garantiria agilidade e otimização no manejo de qualquer área de interesse. Essa revolução não pode parar, pois o conhecimento da nossa geografia é a melhor forma de conhecermos a nós mesmos.

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